Se penso no futuro?
Estou muito oucupado vivendo o meu presente e me lembrando do passado, estarei errado?
Lucas Medeiros Bonjardim
Lê Machado ՏՁ
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
“ Ela era supertímida dançando. Para mim, a mais sensual. Não acreditou quando eu disse isso, porque ela achava que dançava muito mal. Até hoje, quando ela quer me dar um presente, sabe que é só dançar pra mim. Acaba sendo um presente para nós dois, porque eu agradeço do jeito que ela mais gosta: poucas palavras, muitos gestos e pouca timidez.”

Sentada em cima da tampa do vaso, eu fico olhando pro cabideiro. “ Por quantos anos ele está aqui?”. Dou risada com o meu pensamento bobo. Começo a tirar meu tênis e o coloco do lado da porta que está trancada. A chave se balança levemente ao jogar o tênis com um pouco de força e preguiça. “ Dia longo”, digo comigo mesma. Vou para frente do espelho e solto meus cabelos, e o coque pequeno se desfaz e meus cabelos pequenos aparecem, eu balanço minha cabeça bagunçando mais ainda e dou risada. Paro e me olhos atentamente no espelho, fico me olhando nos olhos, é intenso. Percorro cada marca e ponto de meu rosto.” Porque tenho que crescer tão rápido?”. Balanço a minha cabeça negativamente e começo a tirar a minha blusa devagar e a jogo no chão, desabotoou minha calça e dou risada comigo mesma por não conseguir tirá-la sem fazer tanto esforço. Respiro fundo e a empurro para baixo com um pouco de força e consigo desgrudá-la de minhas coxas. Sento novamente no vaso e a tiro por completa, a jogo no chão em cima da blusa. Me olho e solto um suspiro. Percorro as minhas mãos até o fecho de meu sutiã, ele se solta levemente, deixando meus seios libertos, os olho com curiosidade, mais deixo de lado.
Me levanto e deço as minhas mãos até a minha calcinha e a tiro, deixo cair sobre meus joelhos e afasto com os pés para perto de minha calça. Abro o box e aperto a torneira do chuveiro, e eu fico olhando os pingos caírem sobre o ralo.”Parece que quando ligo o chuveiro e os pingos caem, é como se eles estivessem tanto tempo presos e agora eu os libertei”, penso comigo mesma. Solto um suspiro e coloco meu pé direito sob os pingos e me sinto tão aliviada por sentir a água me tocar. Como por um impulso me jogo levemente na água e sinto desejo, alivio, alegria.. Tantos sentimentos. Passo minhas mãos molhadas sobre meus cabelos e sorrio ao sentir minha cabeça mais leve, sinto calafrios ao sentir a água percorrer meu corpo inteiro, não deixando nenhuma parte para trás. Abro meus olhos e jogo água no teto, dou risada com a minha mania de sempre fazer isso. Pego o sabonete e começo a passá-lo em meus ombros e depois meus braços, pescoço, seios, encho de sabonete a minha barriga, até deixá-la branca e desenho um coração em volta do meu umbigo, sorrio satisfeita com a minha obra. Termino de ensaboar meu corpo e fico me olhando e me perco em meus pensamentos. Acordo de minhas imaginações ao ouvir meu pai bater na porta e dizer:” Vai dormir ai?” , “ Eu já to terminando!”. E me enchaguo rápido e lavo meus cabelos depressa, sem nenhuma expressão, tiro todo o shampu que resta e desligo o chuveiro. Respiro fundo e digo baixo para que só eu escute: “Minha paz terminou”. E então eu me enrrolo na toalha e sinto um cheiro de limpo no ar, me olho no espelho e me vejo sozinha outra vez, o espelho está embaçado e eu faço as nossas inicias nele. Solto um suspiro. “Tenho que vestir a minha máscara de garota feliz”. E é o que eu faço, destranco a porta e viro a maçaneta devagar, a abro e respiro. “ E eu estou pronta para continuar a minha guerra”.
Olhos

Te olho como se você fosse meu alimento e eu estou faminta. Te olho como se fosse água e eu passei 100 dias no deserto sem beber nenhum liquido. Te olho com um desejo fascinante de querer te guardar em uma caixinha, tê-lo só pra mim. Te olho como se fosse as estrelas, você brilha quando me toca. E agora eu te olho com olhos meigos e tímidos, eu apenas olho.. Olho porque eu só sei fazer isso. Só sei olhar pra você.
“ Eu não faço idéia do que eu deveria fazer ou falar quando você vier me perguntar o porquê abandonei tudo por um motivo meio óbvio. Porque eu sei que você sabe que foi coisa de momento. E a raiva? Desconto no meu saco de areia e distribuo dedos mal educados. E a angústia? Enfio dentro de meus pulmões e aproveito e fumo bastante para afogá-la até morrer asfixiada. E a solidão? Bom, eu acho que sei lidar com isso, e a verdade literalmente é que ela sempre foi a minha companheira. A vida inteira. “

Sinto saudades dos corações alegres, sinto saudades das canções antigas, sinto saudades do meu corpo todo sujo de lama. Sinto saudades dos meus brinquedos, sinto saudades de brincar na areia, me enterrar inteira. Sinto saudades da minha infância, dos meus tempos de te medo de segurar a vara de pescar, e acabar pegando um tubarão e ele me puxar pra água e me engolir. Sinto saudades do meu medo absurdo de soltar pipa, soltar tanta linha que me leve lá pó céu, bem alto. E sabe do que eu mais sinto falta? Do meu berço com meus chocalhos, e aquele negócio que ficava pendurado em cima, cheio de bichinhos e estrelinhas. Rodava, rodava e tocava a minha canção de ninar. E essa saudade toda me fez pensar o quão rápido o tempo passa.
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