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terça-feira, 10 de agosto de 2010


Acho que eu não preciso tanto de você como preciso agora, nunca imaginei que você faria tanta falta como faz nesse momento. Nunca achei que a saudade apertaria tanto, que sensação estranha, eu por um mísero segundo pensei que a sua partida não deixaria saudades, pensei que não fosse pra valer. E agora eu entendi, juntei as peças umas á outra e eu vi a imagem, pude entender tudo o que você quis me dizer, desde o começo. Eu pude ver a nossa imagem refletida em meus olhos, que por incrível que pareça ficaram embaçado. “Eu não acredito”, e então cai em desespero, eu pude sentir meu mundo desabar, pude ouvir meu coração gritar e eu sabia que eu não podia fazer o tempo voltar atrás e te abraçar naquele meu momento de orgulho e vergonha e te dizer pra não ir embora, pra não me deixar ... E a verdade estava escrita em seus olhos eu sentia, só não pude enxergar mania minha idiota de sempre olhar para o chão fingindo estar tudo bem. No seu olhar estava a esperança, a fé, a confiança e eu estraguei tudo, eu sei que você esperava que eu dissesse à você para ficar, e o fato de que eu não agüentaria sem você ... E te dizer que eu te amo. Era isso que você esperava que saísse de meus lábios. E foi esse erro que eu cometi deixei a minha felicidade escapar entre os espaços de meus dedos, deixei quem eu realmente amo ir embora, por causa do meu orgulho inútil que me fez te perder. “Eu tenho que te encontrar”. Não sei por onde começar... Talvez pelo seu lugar favorito, onde nos conhecemos. Eu ando tão depressa, eu preciso te dizer, preciso te explicar, meu telefone toca. “Alô? Carol é a irmã do Claudio, preciso conversar com você”. “O que aconteceu, onde ele ta? Preciso ver ele agora!”... Eu não queria acreditar não queria... Senti meu mundo girar, não consegui escutar mais nenhum barulho a minha volta, somente o meu coração batendo acelerado pronto pra explodir.
Me encostei no muro todo pichado, levei minhas mãos em minha cabeça, gritei de dor, a minha, a sua dor. De repente a minha lucidez me voltou e eu chamei um táxi para ir ao seu encontro. Cheguei e entrei no lugar onde você estava, todo roxo, seus olhos não brilhavam, seu corpo estava ali, naquela sala, morto. Você estava morto. Eu me sentia morta. Não pude controlar o meu choro, o meu desespero, te abracei com toda a minha força que restava, eu tinha um pingo de esperança, fé e confiança de que você voltaria pra mim, você acordaria e retribuiria meu abraço. “Meu amor, volta, volta pra mim, pro meu mundo, minha vida, eu não... Eu deveria ter te abraçado no momento que você implorava por um abraço, mesmo sem dizer... Me perdoa, me perdoa... EU AMO VOCÊ!”. E que droga, que angústia que eu sentia, meu coração não queria paz, não queria conforto, ele queria a sua presença. Ele implorava por isso. E agora é tão tarde pra te explicar e te dizer... A sua verdade me consumia, a culpa me dominava. Sua falta, eu não sei o que fazer. Sua irmã me traz um copo d’água e tira uma carta de seu bolso, seus olhos doces percorreram cada traço tordo de meu rosto, pude olhar suas olheiras, eu sabia que não era a única por ali que sofria.
Ele gostaria muito que você lesse, fez diretamente pra você Carol...” Peguei a carta que possuía as nossas iniciais e um coração com uma chave no meio. “A sua cara fazer esses tipos de desenhos”. Pensei comigo. Me senti estranha e vazia, eu precisava de paz, precisava respirar. Resolvi sair e ir até a varanda, fechei a porta, respirei fundo, me deixei cair no chão e as lagrimas voltaram com toda a força, levei a carta até meu peito e apertei com vontade. Chorei até meu coração se acalmar, então eu senti coragem pra abrir a carta e ler, limpei meus olhos, respirei fundo e a abri. Lá estava um desenho de duas pessoas de mãos dadas voando, com uns detalhes perfeitos.
Talvez você se arrependa, talvez você não ligue... Eu sei lá, acho que no nosso último encontro foi puro impulso, mas dessa vez eu resolvi não correr atrás de você pra implorar por desculpas, por algo que eu não fiz. A questão é que eu não consigo te esquecer e nem te deixar. Eu te amo Carol, de verdade, como é que você não pode perceber isso? Eu te amei o tempo todo, e todos os dias eu acordava na esperança de você perceber, largar esse seu orgulho idiota de lado e vir pra mim, me confortar com as suas palavras bobas e gostosas... Eu acho que eu nunca te disse que eu adoro o jeito de você sorrir ao se lembrar de alguma coisa engraçada e me contar por detalhes, o quão linda você é quando fica bravinha comigo. Essa ligação de que eu tenho com você me deixa com raiva de mim mesmo por gostar tanto de você... Olha, eu vou sumir por um tempo, vou viajar, esquecer um pouco da minha rotina por aqui. E eu to escrevendo uma carta que a minha irmã vai te entregar quando eu estiver longe, por isso não vou ligar nem nada...
Carol, quero que você fique bem, mesmo se eu não voltar, se cuida e não faz tanta besteira ta? Eu te amo.

Cláudio.





Eu li e suspirei. “Você quer que eu fique bem, e eu quero o seu perdão por ter te deixado... Eu te amo... Não me larga nunca...”. Eu juro, pude sentir seu perfume e me senti mais tranqüila, eu sabia que você estaria comigo, então eu sorri e me deitei ali no chão da sua varanda, apertei a carta contra o peito, fechei meus olhos e dormi. “Sei que pelo menos em meus sonhos eu vou poder te tocar.

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